Pense!

Certa vez, um cosmonauta e um neurologista russos discutiam sobre religião. O neurologista era cristão, e o cosmonauta não. “Já estive várias vezes no espaço”, gabou-se o cosmonauta, “e nunca vi nem Deus, nem anjos”. “E eu já operei muitos cérebros inteligentes”, respondeu o neurologista, “e também nunca vi um pensamento”.
O mundo de Sofia, Jostein Gaardner, Cia. das Letras, 1995

Ficha Técnica

Título Original: Waking Life
Gênero: Animação
Tempo de Duração: 97 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2001
Estúdio: Detour Film Production / Independent Film Channel / Line Research / Thousand Words
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: Richard Linklater
Roteiro: Richard Linklater
Produção: Tommy Pallotta, Jonah Smith, Anne Walker-McBay e Palmer WestMúsica: Glover Gill
Fotografia: Richard Linklater e Tommy Pallotta
Direção de Arte: Bob Sabiston
Edição: Sandra Adair


Este é um dos casamentos perfeitos que existe entre cinema e filosofia. O filme Waking Life traz um jovem preso em um sonho onde encontra vários personagens instigantes que contém cada um ao seu modo, questões existenciais de cunho filosófico e político sobre a vida. Também trata da questão “realidade x sonho” deixando o espectador aflito sobre a tênue linha que separa ambos. Para quem gosta de Filosofia esse filme é essencial para ampliar seus conhecimentos e alimentar, mais ainda, o leque de dúvidas que temos sobre a vida. Não se trata de um filme com um roteiro linear com começo, meio e fim, mas com uma aparência de colcha de retalhos que unidos forma o todo. Ele foi baseado em idéias de Platão, Aristóteles, Nietzche, Jean Paul Sartre, e é todo construído em diálogos (como Sócrates gostava de filosofar) e perguntas jogadas ao vento. Quem não é acostumado a refletir sobre a vida vai achar o filme chato, com diálogos densos e papo cabeça demais. Mas para aqueles que exercem o poder de filosofar vão se deliciarem com mais esse filme que vem para ampliar o acervo que o cinema esta construindo com ajuda da Filosofia.
Pra quem quiser saber mais sobre o filme pode pesquisar alguns trechos no youtube ou ler algumas resenhas facilmente encontradas na NET através do google. Particularmente eu adorei esse trabalho do diretor Linklater e a parte que eu curti mais foi o diálogo do professor falando do existencialismo. Também não deixem de observar o último diálogo do filme (o cara jogando fliperama) que fala sobre o sentido da vida que é o próprio diretor do filme.
Saúde e Paz!

Pense!

"Crê nos que buscam a verdade. Duvida dos que a encontraram "
( André Gide)

Por que resolvi nomear esse blog de Autoconsciência? A resposta se faz necessária e pertinente, pois é importante todos saberem a definição exata desse termo criado pelo filósofo Kant. Descrevo abaixo a explicação do termo feita pelo filósofo Nicola Abbagnano:



"Esse termo tem significado e história diferentes de consciência. Na realidade, não significa "consciência de si", no sentido de cognição (intuição, percepção, etc.) que o homem tenha de seus atos ou de suas manifestações, percepções, idéias, etc., tampouco significando retorno à realidade "interior", de natureza privilegiada; é a consciência que tem de si um Princípio infinito, condição de toda realidade. Esse termo também nada tem a ver com o conhecimento de sí, que designa o conhecimento mediato que o homem tem de si como de um ente finito entre os outros.

Nesse sentido, pode-se dizer que a história desse termo começa com Kant, que o usou como alternativa para o termo consciência. O próprio Kant resumiu, em uma nota da Antropologia (P. 4), a sua doutrina a esse respeito. "Se nós representarmos a ação (espontaneidade) interna pela qual é possível um conceito (um pensamento), isto é, a reflexão, e a sensibilidade (receptividade), pela qual é possível uma pecepção (perceptio) ou uma intuição empírica, isto é, apreensão, providas ambas da consciência, a consciência de si mesmo (apperceptio) poderá ser dividida em consciência da reflexão e em consciência do intelecto; a segunda, do sentido interno; aquela é chamada de apercepção pura (e, falsamente, de sentido íntimo) e esta é chamada de apercepção empírica.

(...) A Autoconsciência não é, portanto, a consciência (empírica de si), mas a consciência puramente lógica que o eu tem de sí como sujeito de pensamento, na reflexão filosófica."


Portanto, esse termo expressa de forma exata o que esse blog e seu autor tem como objetivo; expressar-se e ler a vida através de uma lógica que parte do sujeito mas sempre se pautando através da reflexão filosófica.
Saúde e Paz!

Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial